quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Alga ou detergente?

À dois anos que um grupo de investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve quer promover a criação extensiva da alga vermelha, de propriedades anti-bacterianas, anti-virais e fungicidas, para utilização na piscicultura e farmacêutica.


A Alga Vermelha Falkenbergia rufolanosa, é “uma espécie de alga de diversas aplicações, desde a purificação das águas à indústria farmacêutica”, conta o investigador Rui Santos, doutorado pela Universidade de Dalhousie, no Canadá, coordenador de uma unidade de investigação do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve.

Este grupo de investigadores desenvolve a sua actividade na área científica da ecologia, dedicando-se particularmente às comunidades vegetais marinhas e costeiras.

A capacidade da depuração desta espécie, relativamente aos efluentes das pisciculturas, aquários, oceanários ou outro tipo de parques temáticos que utilizem peixes advém das suas propriedades anti-bacterianas, anti-virais e fungicidas e está já demonstrada:


“A alga vermelha ajuda a purificar as águas, libertando-as dos nutrientes azotados”, sintetiza o investigador. As suas propriedades admitem ainda a utilização na indústria farmacêutica.

A ideia agora é usar os resultados do Projecto Algae-Ecologia de Plantas Marinhas, e promover a produção extensiva deste tipo de algas e a comercialização da biomassa obtida a partir destas.

O trabalho desenvolvido permitiu ainda avançar com a investigação e monitorização de impactos ambientais em sistemas costeiros, competências científicas que se podem aplicar, em conexão com o mundo empresarial em processos de consultadoria no âmbito de estudos de impacto ambiental.



Investigar o mar

O Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) é uma unidade de investigação situada na Universidade do Algarve que focaliza os seus estudos em vários aspectos da pesquisa marinha. Possui actualmente 150 investigadores, sendo cerca de 50 doutorados.

O CCMAR possui laboratórios do edifício da Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente em Gambelas, perto de Faro e uma Estação Experimental, denominada “Ramalhete”, situada na Ria Formosa, equipada para manter espécies aquáticas vivas para a realização experiências.

O Centro está organizado em duas divisões de investigação: Biotecnologia e Aquacultura, e Recursos Vivos.

O CCMAR estabeleceu uma rede de colaboradores a nível nacional e internacional e é financeiramente suportado, de forma equitativa, por fundos nacionais e internacionais. Actualmente possui com um orçamento anual de 1,5 milhões de euros, a maior parte obtido em regime altamente competitivo em concursos nacionais e da Comissão Europeia.




A unidade de investigação fornece as condições necessárias para o trabalho dos estudantes de Doutoramento e Mestrado que são integrados nos grupos de investigação do Centro. Uma politica activa de contratação de cientistas pós-doutorados nacionais e estrangeiros tem sido importante para gerar um Centro activo e produtivo com indivíduos altamente motivados.

Fonte: Observatório do Algarve

http://www.observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=9551

Imagens:

http://www.horta.uac.pt/species/algae/Asparagopsis_armata/Asparagopsis_armata_fase_Falkenbergia_rufolanosa.JPG - Fotografia da Alga Vermelha Falkenbergia rufolanosa

http://www.ccmar.ualg.pt/ - Logótipo do Centro de Ciências do Mar do Algarve

http://www.cvconvites.com.br/web/convites_de_formatura/portfolio/FARMACIA_ULBRA_m.jpg - Imagem alusiva à Farmácia

http://fcma.ualg.pt/web/images/ramalhete.jpg - Fotografia do Ramalhete, local onde se faz investigação aquática, pertencente à universidade do Algarve

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Pedro Abrantes (NAMB)

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