quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Aterro Sanitário do Barlavento já só tem 20% de capacidade disponível mas Governo garante que não há ruptura de aterros de lixo

Um terço dos aterros de lixo doméstico tem 80 por cento da capacidade esgotada, porque Portugal continua a enviar a maioria destes resíduos para aquelas estruturas, revelam dados da Agência Portuguesa de Ambiente (APA).


Dos 34 aterros em funcionamento em finais do ano passado, onze estavam quase no limite de capacidade para receber resíduos, tendo um - o de Guimarães - sido entretanto encerrado por já não poder receber mais lixo.

"Não prevemos problemas de maior no futuro. Estão em curso ampliações ou outras soluções para os aterros cuja capacidade está próxima do limite", afirmou a subdirectora da APA, Luísa Pinheiro, em declarações à Lusa.

No caso de Guimarães, o lixo começou este ano a ser encaminhado para o aterro de Santo Tirso, que sofreu entretanto obras de ampliação e aguarda vistoria, estando também prevista a construção de um novo aterro em Fafe.

No final do ano passado estavam também com pelo menos 80 por cento da capacidade esgotada os aterros de Braga (em ampliação), de Lousada e de Penafiel (optimizados para prolongar a sua vida útil), de Gaia (em ampliação), Leiria (com licença de exploração para novo aterro), Figueira da Foz (ampliação), Vila Real, Vila Franca de Xira e Portimão (estes três ainda com 20 por cento de capacidade disponível).




Dos 34 aterros que existiam em finais do ano passado, apenas um (Avis) tinha ainda 90 cento de capacidade disponível, todos os restantes tinham apenas 30 por cento ou menos disponível.

Um dos factores que tem levado ao esgotamento de capacidade dos aterros é o facto de a maioria dos resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico) continuar a ser encaminhado para este destino, embora em alguns sistemas já se faça tratamento dos restos de comida, reciclagem de papel e cartão, incineração ou outras formas de tratamento ou eliminação.

A última monitorização da APA e do Instituto Regulador das Águas e Resíduos (IRAR) aos objectivos traçados no Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) revela que em 2007 Portugal continuou a não cumprir as metas do plano.

A monitorização ao PERSU, embora ainda provisória por falta de validação do ministério do Ambiente, revela ter sido produzido mais lixo em 2007 e terem sido encaminhados mais resíduos para aterro do que os objectivos traçados no plano estratégico (PERSU).

O PERSU previa uma produção de resíduos no ano passado que não devia exceder as 4,929 milhões de toneladas de lixo doméstico, e que assentava num projecto de redução de resíduos na produção, mas o país acabou por gerar 5,007 milhões, segundo aquela monitorização, a que a Lusa teve acesso.

O mesmo se passou com o envio deste lixo para aterros. O objectivo era encaminhar para aterro 2,747 milhões de toneladas resíduos, mas no final do ano verificou-se que foram depositadas naquelas estruturas 3,150 milhões de toneladas.




“Verificou-se um desvio face ao objectivo, nomeadamente pela utilização abaixo da capacidade instalada das infra-estruturas de incineração e valorização orgânica, bem como uma produção total de resíduos superior ao previsto para 2007", explica Luísa Pinheiro.

Mais de 60 por cento do lixo doméstico produzido no ano passado foi encaminhado para aterro, um dado que pode comprometer as metas nacionais que Portugal está obrigado a cumprir no seio das suas obrigações como estado membro da União Europeia.

Estas metas - que resultam da transposição da directiva aterros - impõem que Portugal consiga em 2009 colocar em aterro apenas 1,126 milhões de toneladas de lixo (metade da quantidade de resíduos que produzia em 1995) e em 2016 apenas 788 mil (35 por cento da produção de 1995).

"Temos vários projectos, que ainda não estão a funcionar em pleno, que vão fomentar outros destinos para os resíduos urbanos, que não o aterro, e também diminuir a produção de resíduos em Portugal", afirma Luísa Pinheiro, mostrando-se convicta de que Portugal vai cumprir os compromissos comunitários.

Fonte: Lusa






Governo garante que não há ruptura de aterros de lixo

O Ministério do Ambiente garantiu hoje que não há nenhuma situação de ruptura de aterros de lixo doméstico em Portugal e assegurou que o país vai cumprir as metas comunitárias de redução de resíduos.


Dados da Agência Portuguesa de Ambiente (APA) revelam que um terço dos aterros de lixo doméstico tem 80 por cento da capacidade esgotada, porque Portugal continua a enviar a maioria destes resíduos para aquelas estruturas.

«Em todos os casos em que a capacidade [dos aterros] se encontra perto do final está em curso a ampliação ou [uma] alternativa. Não há nenhuma situação que conheçamos de ruptura iminente e mesmo não iminente», disse à agência Lusa o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.

O governante garantiu também que as metas comunitárias para a redução de resíduos «não estão em causa», apesar de reconhecer que poderá haver alguns atrasos nas metas do plano estratégico nacional estabelecido em 2007.

Esse incumprimento das metas nacionais «não põe em causa que as metas não sejam atingidas», sublinhou.

Quanto à situação dos aterros, Humberto Rosa referiu que os sistemas «estão em condições de continuar a assegurar um tratamento e destino adequado aos resíduos».



O secretário de Estado disse está a ser construída uma alternativa para os aterros cuja capacidade está próxima do fim, «seja através da expansão, seja através de uma nova célula ou de novas vias de tratamento, como centrais de valorização orgânica e unidades de tratamento mecânico e biológico».

As novas vias de tratamento visam «extrair» o valor dos resíduos, explicou o governante, adiantando que a matéria orgânica pode dar origem a biogás e a fertilizante.

O secretário de Estado disse também que estão a ser construídas quatro centrais de valorização orgânica, estando previstas mais 11 até 2011.


Fonte: Diário Digital / Lusa

Colocado por: Manuel Luís - director@algarvepress.net

Fonte: Algarve Press

URL: http://www.algarvepress.net/conteudo.php?menu=-1&cat=Regional&scat=Ambiente&id=2768
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Pedro Abrantes (NAMB)

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