terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Lixeira a céu aberto em Olhão já chegou à CCDRAlg

A Câmara de Olhão está a utilizar um terreno situado perto do novo Cemitério, na estrada entre a cidade e Quelfes, para depositar lixo.

A denúncia surgiu da associação cívica olhanense “Somos Olhão!” e já motivou a deslocação do Serviço de Protecção da Natureza (SEPNA) da GNR ao local, segundo o que o “barlavento” apurou junto desta força policial.

O nosso jornal (Barlavento) esteve no local e constatou que, num terreno vedado, onde se podem ler junto do portão dois cartazes, um a avisar que se trata de uma propriedade privada e outro, curiosamente, a proibir o vazamento de entulho, se amontoa lixo de diversa espécie. 

Além de resíduos verdes, que serviam na altura de pasto a um rebanho de cabras, também era possível ver, numa zona mais interna do terreno, sacos de plástico amontoados e outro tipo de lixo. 

O SEPNA ter-se-á deparado com um cenário muito semelhante, uma vez que esteve no local poucos dias antes da reportagem do “barlavento”, no “dia a seguir à denúncia” da associação “Somos Olhão!” ter sido feita.

Ainda assim, a autarquia não terá sido autuada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, que disse ao nosso jornal também ter sido informada do assunto e que já havia agendado uma reunião com o executivo camarário olhanense, no sentido de resolver a situação. 

“Existe uma lixeira que não está legalizada. Esta semana vamos ter uma reunião e dizer à autarquia que terá de cumprir uma série de requisitos”, revelou fonte da CCDRA. “Estamos, de forma pedagógica, a tentar resolver esta situação”, adiantou.

A Câmara de Olhão defendeu-se e disse ao “barlavento” que não se trata de uma lixeira e sim de uma “estação de transferência”, onde os serviços depositam o lixo que recolhem em vários pontos do concelho, antes de os separar e dar seguimento, nomeadamente para os aterros da empresa ALGAR.

Mas, da parte da CCDRA, chega a garantia de que esta situação “é semelhante à que aconteceu em Lagoa”, que o “barlavento” revelou em Outubro do ano passado. 

Neste caso, tratava-se da antiga lixeira municipal, que nunca foi desactivada, mesmo com a entrada em funcionamento do Aterro Sanitário do Barlavento. Também aqui a CCDRA optou por uma atitude pedagógica. 

Além destes dois casos, existem mais “três ou quatro” referenciados no Algarve, diz a CCDRA. “O que as autarquias têm de fazer é formalizar a situação e passar a cumprir os requisitos necessários” para manterem um depósito desta natureza, ainda que temporariamente.

É que, mesmo cumprindo estes requisitos, a ideia é que se crie um plano que permita eliminar estas áreas a médio prazo, através da transferência destes resíduos para os locais próprios e encerramento dos depósitos improvisados.

No caso de Lagoa, também foi realizada uma reunião entre a CCDRA e a autarquia local, após a qual a Câmara de Lagoa foi obrigada a retirar todos os resíduos da lixeira. O porta-voz daquela entidade deu a entender que o procedimento em relação a Olhão será parecido.

Ainda há bem pouco tempo a empresa ALGAR, responsável pela recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos na região, foi galardoada com a certificação de qualidade ambiental ISO 14000. 

Apesar de esta entidade não ter responsabilidade nestes casos, a existência de lixeiras a céu aberto pode comprometer a imagem de um Algarve amigo do ambiente, que esta certificação atesta.

Assim, o objectivo da CCDRA é tratar destas situações através do diálogo, para que seja possível criar uma programação “para as extinguir de vez”.

Em pleno século XXI, ainda existem situações destas em pleno Algarve, uma zona conhecida pelo turismo, mas que mostra que está muito atrasada em termos ambientais, Olhão será o pior exemplo nesta região. Lixeiras a céu aberto, ETAR's deficientes em que o cheiro é insuportável. Uma cidade que tem a fama de ser a Capital da Ria Formosa, mas no que diz respeito ao ambiente tem muito pouco.

Fontes: Tempo no Algarve

http://temponoalgarve.blogs.sapo.pt/180994.html

Imagens:

http://temponoalgarve.blogs.sapo.pt/180994.html

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Pedro Abrantes (NAMB)

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