quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Monchique vai ter central de biomassa em 2012

O Algarve vai ganhar a primeira central de biomassa em 2012, estrutura amiga do ambiente que transformará resíduos de floresta em electricidade, cujos objectivos, além de obter energia, é prevenir incêndios e oferecer empregos. A biomassa é feita a partir de mato, resíduos de cascas, folhas ou ramos de árvores, árvores, produtos agrícolas como a beterraba ou cereais ou ainda a partir de gás animal.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Monchique, Carlos Tuta, afirmou estar convicto que a construção da central de biomassa arranca ainda antes do final de 2009. A EDP, por seu turno, disse à Lusa que a conclusão da central está prevista para 2012. «Temos a expectativa de, durante o prazo estabelecido para a implementação da estratégia de geração de electricidade com base em biomassa florestal em Portugal, que como se sabe termina em 2012, se concluir a central», explicou fonte das Relações Públicas da EDP.

Questionada pela Lusa sobre se a EDP é que irá fazer a obra, a empresa explicou que serão lançados «concursos públicos», levando a uma agregação de empresas de especialidades diversas, capazes de «consumar a edificação da central em cerca de dois anos e meio».

A central de biomassa terá um investimento na ordem dos 75 milhões de euros da Bioeléctrica - empresa controlada pela EDP Altri - e estima-se que vá gerar cerca de 20 empregos directos e cerca de 150 empregos indirectos para recolha, processamento e transporte da biomassa, adiantou à Lusa a empresa.

A central de biomassa ficará na localidade de Alcanforado, Foz dos Besteiros, que faz fronteira com o concelho de Odemira e vai produzir energia para «satisfazer um consumo médio anual de cerca de 100 mil habitantes», indica a EDP.

Esta central vai «dar escoamento útil aos excedentes gerados nas actividades de exploração florestal» e converterá «toda a biomassa florestal residual, actualmente sem valor económico, em electricidades», explicou a mesma fonte da EDP.

Confiante sobre o sucesso da central, o autarca de Monchique, conta que é uma forma de contribuir para a diminuição dos incêndios e para ter as matas limpas e também vai trazer. «Cada tonelada de resíduos será pago entre 25 a 30 euros», mencionou Carlos Tuta.

A valorização da biomassa florestal faz parte da estratégia nacional para a promoção e desenvolvimento das energias renováveis.

Em 2006, o Governo abriu 15 concursos para novas centrais de produção de electricidade através da biomassa, com uma potência conjunta máxima de 100 megawatts, segundo a informação disponibilizada no site da Direcção-geral de Geologia e Energia.

Portugal tem como objectivo atingir em 2010 uma meta de 150 megawatts de energia eléctrica produzida através da biomassa. A EDP tem, desde 1999, uma central em Mortágua, a pioneira em Portugal e na Europa, com o mesmo tipo de biomassa que vai ser a central de Monchique e é responsável por uma segunda central em Vila Velha de Ródão, que iniciou há um ano a exploração comercial.

Segundo informações da EDP, um dos grandes benefícios desta central de Monchique é que vvai escoar a biomassa produzida na exploração florestal «dinamizando a gestão florestal e o ordenamento do território» através da diminuição do risco de incêndio florestal.

Fonte: Lusa

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