Os interessados ainda podem apresentar reclamações sobre este projecto, patente ao público na autarquia de Loulé, concelho em que serão abrangidas as freguesias de Alte, Benafim, Tôr, Querença e S. Sebastião.
O troço da linha Tunes-Estói atravessa os concelhos de Silves, Albufeira, Loulé e S. Brás de Alportel e tem uma extensão de 30.227 metros, incluindo-se no designado traçado Norte, o qual já foi objecto de processo de impacte ambiental e de aprovação condicionada, pela tutela, a 4 de Abril de 2003. Mas o problema remonta a Maio de 1994, altura em que a obra é licenciada.
A linha perfaz cerca de 41,2 quilómetros de cabos, apoiados em 106 postes gigantes, e atravessa os concelhos de Albufeira, Loulé, S. Brás de Alportel, Faro e Silves. As obras estiveram paradas devido ao embargo decidido pelos autarcas de Albufeira e Loulé que forçaram assim um novo estudo sobre possíveis alternativas ao percurso.
O novo traçado desviou-se ligeiramente mais para Norte e deverá cumprir as exigências dos moradores de Albufeira, nomeadamente a de que a linha não passe a menos de 300 metros das habitações.
O troço paralelo à Via do Infante, na maioria dos cerca de 40 km previstos, e que permitia aproveitar o corredor da infra-estrutura já existente foi colocado de parte pela Rede Eléctrica Nacional (REN).
Recorde-se porém, que qualquer dos traçados em discussão, mas em especial a opção Norte sempre mereceu a contestação dos ambientalistas, tendo a Associação Almargem considerado que o traçado inicial, paralelo ao vale da Ribeira de Algibre, deveria ser “liminarmente rejeitado” porque afecta de “forma muito significativa zonas ecologicamente sensíveis integradas na Rede Natura 2000, com elevado interesse paisagístico, económico e natural”.
Quanto ao aspecto paisagístico, a edificação do traçado Norte com pilares de 40 a 60 metros de altura, constitui “a destruição irreversível da integridade paisagística de toda esta região interior”, para a qual se previa no futuro “uma aproveitamento turístico sustentável”.
Por outro lado, a Almargem realçava ainda que a opção Norte poderia ser particularmente nociva para espécies protegidas como a Águia-de-Bonelli ou o morcego cavernícola.
A Associação propunha o enterramento da linha em parte do traçado, o que não foi aceite pela REN devido aos custos inerentes.
O projecto agora em discussão pública é a terceira versão, com a avaliação de impacto ambiental a fazer diversas recomendações para minimizar os aspectos negativos, e a propor “o estabelecimento desta interligação do troço 1 da linha, entre a subestação de Tunes e o Apoio 70, por linha aérea dupla, a 150 kv”, segundo comunicado da câmara de Loulé.
De acordo com o documento, a linha tem por objectivos o reforço do abastecimento ao Algarve, especialmente à Rede de Distribuição apoiada na subestação de Estói e, por outro lado, a melhoria da qualidade de serviço em consequência da garantia do abastecimento proporcionado pela nova linha.
A construção da linha Tunes-Estói constitui, para a autarquia, um elemento indispensável à segurança do serviço da Rede Nacional de Transporte do Algarve e é também decisiva quanto à garantia do abastecimento futuro dos consumos em crescimento.
Texto de Conceição Branco
Fonte: Observatório do Algarve
http://www.observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=4691
Imagens:
http://ricardouk.blogspot.com/2007_06_01_archive.html – Fotografia de senhor a segurar uma lâmpada acesa nas mãos
http://ltodi.est.ips.pt/powereng/Images/REN_Cx_rgb.jpg - Logótipo da REN – Rede Eléctrica Nacional
http://www2.apambiente.pt/IPAMB_DPP/docs/SE135.pdf - Troço da Linha de Alta Tensão Tunes-Estoi
http://cache02.stormap.sapo.pt/fotostore02/fotos/b4/ca/1d/12585_0009p8wq.jpg - Logótipo da Rede Natura 2000
http://www.triplov.com/pimb/wildlife/aves/Accipitridae/Hiraetus-fasciatus.jpg - Imagem da Águia-de-Bonelli
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