quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

CIMPOR: reposição de vegetação só em 2010

A recuperação paisagística que o Centro de Produção de Loulé da Cimpor tinha previsto iniciar ainda em 2008 só deverá começar em 2009 para estar concluída em 2010, sendo esta a primeira fase de muitas outras que vão suceder.


Recorde-se, em Junho de 2006, o presidente do PSD/Algarve e deputado Mendes Bota reuniu com a administração da Cimpor, tendo sido, posteriormente anunciado que a empresa iria repor a vegetação, a partir deste ano, num investimento na ordem dos 250 mil euros.

No entanto, o prazo acabou por não ser cumprido. “A previsão era para iniciar a recuperação desta área em função dos volumes que esperávamos consumir de calcário nos dois anos que vieram depois daquela reunião (2006). Hoje a situação é que ainda não conseguimos chegar com os pisos ao nível final para que pudéssemos iniciar a recuperação” justificou ao Região Sul o director do Centro de Produção de Loulé, Hélio Viero.




O responsável pela fábrica em Loulé explicou o adiamento: “uma das razões tem a ver com o consumo de calcário em função dos volumes de produção que vem caindo e com esta crise devemos atrasar um pouco mais. E a outra tem a ver com os consumos das próprias matérias-primas e das suas composições químicas”.

O plano acabou por ser reformulado e a empresa tem agora um novo para os próximos três anos que engloba três pisos e consiste na recuperação, ou seja, “fazer novamente um talude natural, colocar lá terras e plantação de sementes e árvores” refere o responsável. Está assim previsto o faseamento da exploração, com arranque da fase um (cota 200) para início de 2009 e começo de uma parte da requalificação em 2010.



“Prevemos em 2010 ter alguma remodelação feita na zona norte e espalhar terra vegetal na parte norte-noroeste. Não dá para fazer tudo (o talude inteiro) mas algum espalhamento de terra vegetal e algumas plantações. Este é o plano que pretendemos atingir mas tudo depende também da área de consumo de calcário, caindo o consumo paramos de explorar a pedreira. Não se pode recuperar aquilo que não está explorado” justifica.

“A cota seguinte está prevista acabar em 2011/12 e depois as várias fases que são as várias cotas. A fase dois, que é a cota 190, está prevista terminar em 2012 e a fase três, que é a cota 180, em 2013, e por ai adiante pelo menos até 2048” continua.




No final desta recuperação pretende-se que cada patamar tenha uma rua de acesso, com plantações de árvores. O processo contempla ainda uma bacia de retenção de águas fluviais (que hoje já existe), onde toda a água é usada para regar as plantas e os caminhos para evitar o pó. No final, essa bacia vai permanecer “como se fosse um lago” diz Hélio Viero.

Luz verde para co-incineração de combustíveis alternativos

Em 2006, a Cimpor apresentou na Câmara Municipal dois projectos, um relativo à queima de farinhas animais e o outro para a queima de combustíveis alternativos. No entanto, a autarquia chumbou o pedido com a vista ao licenciamento de obras para futura co-incineração por considerar que se tratava de um risco para a saúde pública.



Uma vez que a fábrica de Loulé já tinha comprado toda a instalação, o projecto acabou por ser transferido para a fábrica de Alhandra que actualmente possui dois fornos que “permitem a queima de farinhas animais e que vem fazendo essa queima sem nenhum impacto ambiental maior” diz o director com Centro de Loulé.

No ano passado, a Cimpor de Loulé voltou a fazer um novo pedido à Câmara Municipal, para que esta fizesse uma análise em separado dos dois projectos referidos e conseguiu ver aprovado o pedido para a concessão da instalação que vai fazer a queima de combustíveis alternativos que estará apta para operação em Maio de 2009.




“Temos já alguns pedidos da própria câmara, pedidos da GNR, de órgãos autárquicos para queima de alguns resíduos como palmeiras contaminadas, destruição de documentos da GNR ou do aeroporto de Faro” acrescenta Hélio Viero.

Produção em números

O Centro de Produção de Loulé iniciou a sua actividade em 1973, com uma capacidade instalada de 350 mil toneladas por ano de cimento. Desde então, tem vindo a ser sujeita a transformações e ampliações profundas.

Foi uma das primeiras fábricas do País a produzir pelo processo de via seca integral e a primeira a utilizar a técnica de pré-homogeneização na preparação das matérias-primas.

Em 1983 a fábrica expandiu a sua capacidade para 600 mil toneladas por ano em 1987 procedeu-se à reconversão do combustível, na queima de fuel óleo para carvão.

Actualmente, a empresa produz cerca de 600 mil toneladas de clinquer por ano, exportando cerca de 200 mil toneladas para Espanha, um número que tem vindo a cair nos últimos anos, e vende cerca de 500 mil toneladas de cimento, a nível local.

Fonte: Região Sul

http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=90473

Imagens:

http://www.masterved.com.br/imagem/cimpor.jpg - Logótipo da CIMPOR

http://www.novaatitude.com.br/images/cimpor_05.jpg - Banner de promoção da CIMPOR

http://denunciacoimbra2.files.wordpress.com/2008/02/souselas1.jpg - Fotografia duma fábrica de Cimentos da CIMPOR

http://www.coe.int/t/pace/campaign/stopviolence/news/news_ega_24062008_en-mendesbota_session_pace_05102007-1.jpg - Fotografia do presidente do PSD/Algarve e deputado Mendes Bota

http://www.rinconesdelatlantico.com/num3/azores/12.jpg - Fotografia de requalificação e reposição da vegetação

http://pt.no-media.info/cms/wp-content/plugins/yet-another-photoblog/cache/coincineracaovx83.3e3sao8f5eeckk8k4kc8c0w48.brydu4hw7fso0k00sowcc8ko4.th.jpeg - Banner “Não à Co-Incineração”

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Pedro Abrantes (NAMB)

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