segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

UNESCO baptiza centro em Olhão

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O Algarve vai ter um centro internacional de investigação na área da gestão dos recursos hídricos. Minimizar impacto de um tsunami é um dos objectivos.

Peritos da organização estão hoje no Algarve a avaliar as condições para instalar na região um centro UNESCO na área da ecohidrologia costeira, um projecto que envolve três ministérios e outras entidades. 

No mundo inteiro, existem apenas 17 centros do género sob a égide daquela organização internacional, um conjunto restrito que vai contar agora com mais um equipamento, cujos laboratórios ficarão instalados em Olhão.

Segundo o responsável pela proposta apresentada à UNESCO, Luís Chícharo, o centro, apesar de ter o apoio científico da instituição que impulsionou o projecto, será autónomo da Universidade do Algarve.

Um edifício está a ser construído em Olhão para acolher os laboratórios, que de início funcionarão num outro espaço, prevendo-se que em Faro funcione o secretariado e que haja uma estação de campo em Vila Real de Santo António.

Esta estação de campo deverá estar preparada para receber cursos internacionais e servir como zona para ensaiar algum trabalho prático na área da ecohidrologia, cujas aplicações se estendem a vários níveis.

Como exemplo, Luís Chícharo comparou a abordagem usada na ecohidrologia à medicina alternativa, onde em vez de se ministrar antibióticos e agir de forma drástica, se age de forma preventiva para melhor gerir os recursos.

"A ideia é melhorar o funcionamento dos sistemas aquáticos usando os processos internos dos próprios ecossistemas", referiu, acrescentando que a aposta está na prevenção e não em agir drasticamente. 

'Sentido proibido' para tsunamis

Uma das aplicações possíveis é, segundo aquele docente da Universidade do Algarve, por exemplo, a plantação de árvores junto às zonas costeiras para a protecção contra tsunamis.

"Se houver árvores plantadas perto das zonas costeiras, forma-se uma barreira natural que pode minimizar o impacto da onda e atenuar uma possível catástrofe", exemplificou.

Outras aplicações que usam os mecanismos naturais do próprio ecossistema para solucionar problemas hídricos podem ser a utilização de bivalves para filtrar a poluição ou de plantas para reter excesso de nutrientes.

"A vantagem é que são sistemas muito baratos e que podem ser exportados para países em desenvolvimento, uma questão que tem merecido a atenção da UNESCO", sublinha Luís Chícharo. 

Segundo o professor, a instalação de um centro do género em Portugal assume uma grande importância porque representa quase uma mudança de paradigma, já que vez de importar, como habitualmente, Portugal poderá exportar conhecimento.

A candidatura portuguesa à instalação do centro da UNESCO foi apresentada em Janeiro deste ano e desenvolvida pela Comissão Nacional do Programa Hidrológico e contou com o apoio científico da Universidade do Algarve.

Em Abril, deverá ser apresentado o relatório elaborado pelos peritos que estão de visita ao Algarve, que se encontram no terreno já na fase final do estudo de viabilidade para a implantação do centro.

A proposta deverá merecer aprovação definitiva e formal na próxima reunião da Conferência Geral da UNESCO, altura em que se juntam os 193 países da organização, que têm que ratificá-la.

Nas avaliações que estão em curso no Algarve, participam representantes de três ministérios, Ciência e Tecnologia, Ambiente e Negócios Estrangeiros, a par de autarquias e entidades locais de gestão da água.

Fontes: Observatório do Algarve

http://www.observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=26488

Imagens:

http://resistir.info/eua/imagens/tsunami.jpg - Fotografia de Tsunami a atingir uma cidade costeira

http://www.esec-filipa-vilhena.rcts.pt/images/unesco_1.gif - Logótipo da UNESCO

http://nature.zip.net/images/tsunami_boy.jpg - Imagem de onda no deserto

http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=973269 – Imagem de Ondas sonoras

http://www.frankiedrk.de/Pics/tsunami.jpg - Fotografia de várias Ondas

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Pedro Abrantes (NAMB)

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